Agradecimentos relacionados ao meu tempo de empresário.
Agradecimentos a todos que participaram de alguma forma, da história da CompCet, a primeira parte da minha história profissional.
Vídeo que mostra a evolução da aplicação ao longo de 25 anos
À Família
Em primeiro lugar, tenho que agradecer a minha família, minha base para tudo. Ao meu pai (In Memoriam), minha mãe, meu filho, minha filha, meu irmão e minha irmã. E claro que a todos os demais familiares.
Sei que ao longo desse tempo, em várias vezes estive ausente. Mas essa ausência sempre foi física, e mesmo longe, meu pensamento sempre estava em vocês e sempre carreguei e carrego todos vocês no meu coração.
À ProSoft: Marcelo, Paulo e Fábio(in Memoriam)
Primeiramente tenho que agradecer aos meus primeiros professores da vida profissional: Marcelo, Paulo e Fábio (in memoriam) da ProSoft.
Eu cheguei lá, completamente cru, vindo da faculdade apenas. Muito do que eu aprendi, devo a vocês 3.
Lembro que o Marcelo falava que o melhor programador era o programador "Perneta", e que logo depois eu estourei o joelho e tive que trabalhar com a perna engessada.
Sou grato a vocês, por terem me dado a oportunidade de levar adiante e evoluir a aplicação que vocês construíram junto com o Theo.
Agora um agradecimento especial aos que foram meus sócios por um breve ou longo momento.
Theo
O Theo foi o primeiro sócio, junto com o Edilson, o nome CompCET significava:
Computação Cleverton Edilson e Theo.
Theo, te agradeço muito por tu ter compartilhado a jornada que tivemos. Sempre tive uma grande admiração por ti, e pelo teu conhecimento. Tu já era um administrador quando eu te conheci, mas teu forte sempre foi a visão da aplicação.
Com certeza o melhor arquiteto de produtos que eu já conheci e eu me espelho muito no teu conhecimento. Quantas vezes tu me provocava, para eu buscar a melhor solução. Lembro de cada engenhoca que fizemos juntos no QNX.
Nunca vou esquecer de três coisas: a primeira delas uma instalação de rede em uma máquina na tua empresa, estávamos instalando o QNX para funcionar em rede Arcnet.
O Theo tinha passado o dia inteiro configurando a máquina para instalar na empresa dele. Então ele me chamou, com uma dúvida simples e eu acabei ficando ali com ele.
Quando se dá um comando de boot no QNX, temos que aguardar alguns segundos, pois ele faz alterações nos setores e no qnxloader. O Theo deu o comando de boot e em vez de eu aguardar o tempo, fui mais rápido e acabei desligando a máquina. O que aconteceu? O QNX perdeu o boot.
Naquela época não tínhamos inventado ainda o mapa.ces, então todo o trabalho do Theo foi perdido, e ele precisava da máquina no outro dia. Obviamente que eu disse para ele que eu faria o trabalho e instalaria tudo pra ele, foi uma noite em claro para deixar tudo pronto pro outro dia.
Uma outra coisa que eu não me esqueço era ser desafiado pelo Theo, ele sempre tinha uma ideia mirabolante e me chamava. Obviamente que a primeira coisa que eu falava era "Não dá pra fazer". E ele dizia "Não tem não dá pra fazer, dá sim". E eu voltava para a minha bancada e enquanto eu não alcançasse a mente do Theo, eu não parava. Até que eu conseguia fazer o que ele queria.
Graças a esses desafios eventuais, me desenvolvi muito como engenheiro de software.
E por fim, Theo, quero te dizer que, em uma conversa em 1997, tu me disse que eu deveria abandonar o QNX, e eu não te escutei.
Naquela época eu acreditava cegamente no QNX, por questões que eu descrevo no livro "Como quebrar uma empresa".
Hoje, reconheço sim, que eu deveria ter escutado a tua sabedoria. E para os leitores que me acompanham, deixo uma reflexão: "Sempre tem alguém que sabe mais que tu. Quando alguém falar alguma coisa, analise profundamente primeiro, antes de rechaçar a idéia".
Edilson
O Edilson ficou pouco tempo na nossa empresa, creio que não chegou a completar um ano. Mas enfrentamos algumas batalhas juntos.
Lembro de quando fomos para Caxias para fazer a mudança da aplicação do QNX em 4 clientes ao mesmo tempo. Ficamos uma semana em Caxias do Sul, viramos noites, mas chegamos do outro lado.
Esse tipo de parceria a gente não esquece jamais.
Pierre
O Pierre foi meu sócio por um bom tempo, acredito que foi por 4 anos. Eu conheci o Pierre, quando ele queria aprender clipper. O Theo o indicou para conversar comigo. Eu dava aulas para o Pierre todo o sábado pela manhã. Ele vinha de Osório para aprender clipper.
Ao final das aulas, ele pediu ajuda, para fazer um sistema que ele queria, lá em Osório, que se não me engano era para o SPC/Serasa de lá.
Então, começamos a fazer em clipper, mas depois, com o desenvolvimento, vimos que uma solução ideal seria no QNX. Nesse meio tempo, o Edilson deixou a sociedade e o Pierre foi convidado a entrar.
Eu e o Pierre enfrentamos cada uma. Lembro-me do Pierre indo com o notebook dele, demonstrar o QNXClin pelo interior do estado. Na época, não tínhamos carro; era o início de vida de programador e empresário.
O Pierre varreu esse Rio Grande do Sul e Santa Catarina em busca de clientes. Ele sempre voltava de viagens com alguns clientes. Lembro que a cada retorno dele, ele também se surpreendia, pois nosso telefone não parava, e era sempre mais um cliente que a gente tinha fechado.
Lembro dos causos de Chapecó, com os clientes de lá e eu tendo que mandar um disco de boot do QNX via ônibus, pois tinha perdido o boot do QNX ao tentar instalar uma placa multi-serial ou qualquer outra manutenção, que ele ia fazer.
Edegar
O Edegar foi meu sócio mais longínquo. Antes mesmo de eu fundar a CompCet, a gente já fazia alguns trabalhos juntos.
O Edegar é aquelas pessoas na vida que a gente tem como irmão, e esse aí é o cara que sempre me apoiou e esteve do meu lado.
Ele entrou na CompCet em 1995 e fomos juntos até o fechamendo da CompCet. Mas, Bento (seu apelido), aqui vou ter que contar alguns episódios, o primeiro, em 1992, eu estava ensinando clipper para o Bento.
Eu ensinei alguns comandos para ele, dei um livro para ele ir lendo e tirava as dúvidas dele. O Bento sempre tinha muito receio de mexer no micro dele, menos para jogar Lakers and Celtics comigo, que ele perdia sempre, kkkkk.
Um dia, vendo esse receio, eu o desafiei: Bento faz um programa para escrever algo na tela. Para quem programa sabe que é a primeira coisa que a gente faz, o famoso "Hello World!".
No dia que eu cheguei, para ver se ele conseguiu, notei que ele estava muito nervoso. Perguntei sobre o programa em clipper e ele me veio com essa: "Cleverton, não é assim. Tenho que fazer uma base de dados primeiro".
Já quando ele entrou na CompCet, eu estava no meio do projeto do meu gerador de programas, o que conhecemos hoje como Low-Code. Na época, ele estava desenvolvendo a aplicação para a secretaria da saúde. Quando eu terminei o gerador de programas e mostrei para ele, ele ficou simplesmente hipnotizado. Nunca vou esquecer da cara que ele fez.
Depois que ele aprendeu bem o QNX, ele começou a fazer os atendimentos. Quantas vezes viramos noite no patologia, por causa de um terminal-burro que não funcionava ou uma placa multi-serial com conflito ou com outro tipo de problema.
E sem falar também de uma noite inteira para reindexar, e no outro dia, descobrirmos que estávamos com a versão do ctree server errada e ter perdido todo o trabalho. Um dos episódios mais memoráveis foi esse, uma atualização de aplicação em Chapecó, e o Edegar já tinha virado duas noites e nada da aplicação funcionar.
Ele me ligou em um domingo pela manhã, e começamos a analisar todas as possibilidades, sim por telefone, pois era assim que a gente fazia as coisas antes da internet. Até a gente descobrir que foi por causa da versão errada do Ctree Server.
E aqui tem uma história de um cabeamento que a gente ia fazer em um cliente no final de semana. Encomendamos uma boa quantidade de cabos em alguma loja, e óbvio que ela não nos entregou na sexta. Aí bateu o pavor, e começamos a procurar cabo manga em Porto Alegre
Então, o Bento liga para uma eletrônica, lá do centro, por volta das 17 horas e pergunta se eles tem cabo manga. A resposta do vendedor foi algo: "Mas o que tu queres me ligando numa sexta, às 17 horas, me pedindo cabo manga!". Sério, ficamos atônitos. Como assim? O vendedor não quer vender? E olha que seria uma boa metragem de cabo manga.
Lembro também do retorno do Bento de Curitiba, quando esteve em uma feira, e descobriu o FlagShip e o Linux Conectiva, graças a essa descoberta, conseguimos fazer a migração do QNX para o Linux em 2002.
E essa migração não foi nada fácil, ficávamos horas e horas para descobrir uma maneira de fazer os laudos com o OpenOffice (Libre hoje em dia).
Esse cara eu realmente admiro, pois foi um cara que esteve do meu lado durante os meus piores momentos, enfrentamos muita coisa junto mesmo.
E uma coisa te digo Edegar, sem teu apoio, sem tua insistência em muitos assuntos, quando eu já tinha desistido, não teríamos chego até onde chegamos.
Quantos "tbrowser" tu fazia por dia? Lembra disso? (piada interna). Até hoje espero por uma vitória sua uma partida de StarCraft.
Éderson
O Éderson não foi meu sócio, foi um colega que atuou por anos na CompCet. Mas merece sim um lugar de destaque junto aos sócios.
Com a chegada do Ederson na empresa, trouxemos também a eletrônica pra dentro da empresa. O Ederson foi o cara que a gente incentivou para aprender todos os padrões de cabo manga que existiam.
E um dia, em uma instalação, o Ederson trouxe que lá no patologia, tinha um eletricista que fazia cabo apenas com 3 fios. Imediatamente eu falei pra ele: meu vai aprender isso.
A partir daquele momento, a gente começou a fazer as instalações dos cabos também.
O Éderson dominou muito o QNX e o Linux. Foi justamente eu e o Éderson que inventamos o recurso do 'mapa.ces'. O nome 'mapa.ces' tem o CES de Cleverton e Éderson. O 'S' representava nossos sobrenomes Santos o meu e ele, Silveira.
Depois que inventamos o mapa.ces, nossa, não tínhamos mais preocupação alguma com a perda de boot do QNX, pois a gente ia lá e recuperava. Pena que a gente demorou muito para descobrir isso.
Uma outra coisa é que foi o Ederson que descobriu como consertar um terminal burro da naxos quando ele queimava. Um dia, ele levou um em uma eletrônica para o conserto e viu que o cara trocava apenas um chip.
Então, nós começamos a consertar os terminais burros também.
Muitas e muitas noites viradas no patologia, no reunidos e em outros por causa dos maus contatos dos computadores, placas de redes e multi-seriais.
Volta e meia eu e o Bento, iamos ao encontro dele em um cliente e a gente terminava de fazer tudo, altas madrugadas, quando chegávamos na rua eu fazia a pergunta: "Testou os terminais?"
Óbvio que não tinha testado, e voltávamos lá e dito e feito, o terminal não estava funcionando e lá íamos nós tudo de novo.
Foi uma parceria muito boa que tivemos no tempo da CompCet. Muitas e muitas madrugadas jogando Quake ou Broodwar. E as vezes vinha a famosa frase "Cleverton, tu não tem o que fazer a noite? Vai fazer uma fase para a gente jogar".
Também quero deixar aqui registrado, vários outros colegas que tivemos:
Isa, Adriana, Elisangela, Gervásio, Cleverton Júnior, Graziela, Gisele, Rejane, Marcelo (in Memoriam), Renato (in Memoriam), Alex, Fernando, Luciane, Regina, Edgar, Luciana, Loren, Keila, Carla, Patrícia, Rosane, Marcelino, Loreci, Pedro, Marcelo, Jony, Clarisse, Suzete, Jô, Cris, Nalu, Lucia, Edna, Marilia, Edianês, Bruno, Marli, Marilene, Viviane, Fábio, Sandra, Magali, Arlete, Miriam, Paulo, Suzana, Guilherme (in Memoriam), Rejane, Lidiane, Julia, Wagner, José, Anésio, Cassiane, Airton, Ana, Adalberto, Rosane, Jaime, Claudionor, Rubens, João, Frassão, Dartagnan, Renan, Alexandre, Portugal (In Memoriam),Guy, Janor, Marcia, Briecker, Roberto, Cirene, Medina, Isaías, Fernando, Cezar, Simone, Erasmo, Lauro, Paulo.
E tantos outros não mencionados, pois a memória não alcançou, mas que também foram de suma importância.
Todos vocês citados aqui, foram de fundamental importância para todos esses anos da CompCet, e também para o meu crescimento pessoal e como engenheiro de software. Com cada um de vocês tenho uma boa lembrança. E o que eu deixo aqui é um obrigado imenso.

























